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A lua de papel

Em mais uma “variação sobre o tema”, desta vez Andrea Camilleri põe em campo um comissário Montalbano (com o avançar da idade dado a reflexões sobre o envelhecimento e sobre a morte) a braços com mais um caso complicado.

A história gira em torno de duas enigmáticas figuras de mulher muito diferentes entre si, respectivamente irmã e amante da vítima de um homicídio, cujo móbil, à primeira vista, parece ter contornos sentimentais e/ ou sexuais até demasiado evidentes, que levariam a incriminar a amante, uma jovem ex-drogada casada com um professor impotente, veementemente acusada pela irmã, mulher intrigante sob o disfarce de uma personalidade cinzenta.

Só que Montalbano desconfia das aparências e envereda por outro caminho, ligado ao percurso profissional da vítima, ex-médico (expulso da Ordem e inibido de exercer a profissão em consequência de um trágico caso de aborto provocado numa menor não consciente) e depois delegado de informação médica, envolvido num caso de tráfico de droga que também abrange altas personalidades da política.

A Lua de Papel é uma história intensa, que se lê num ápice, e em que Andrea Camilleri cativa o leitor com a sua linguagem extraordinária e escrita fluente, bem temperada com humor e sarcasmo.





Last modified Saturday, July, 16, 2011