Nesta nova história encontramos o Comissário Montalbano considerando a possibilidade de dar um novo rumo à sua vida, uma mudança que ele equaciona que possa passar por uma demissão do seu cargo na polícia. A situação política não lhe agrada, determinados feitos de repressão muito menos, da atitude em relação aos imigrantes não quer nem ouvir falar; já vai sendo altura de procurar algo diferente, de dar essa reviravolta a que o título se refere.
Assim, enquanto Montalbano nada furiosamente para sacudir as suas atribulações, encontra o cadáver de um homem com profundas marcas nos pulsos e tornozelos. Muito provavelmente trata-se de um imigrante clandestino que alguém quis calar para sempre. E aí, diante de mais um horror, o instinto do comissário volta a tomar a dianteira: decifrar o mistério e fazer justiça àquele pobre coitado, convertem-se para o protagonista num imperativo categórico.
Começa assim a investigação, que se irá desenvolver através da imaginativa toponímia a que o autor nos tem acostumado, num cenário constituído por pequenas aldeias, ruas tortuosas e mansões de duvidosa procedência. As pesquisas revelam-se mais complexas do que o habitual e acabam descobrindo um sinistro comércio de crianças posto em prática por motivos indizíveis.
|